quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Tempos Verbais



Hey oh people! Venho aqui neste post para falar sobre os tempos verbais. Este é um assunto muito importante para manter a coerência da história, por isso não resisti ficar sem falar sobre.

Bom, para falarmos sobre verbos, primeiro precisamos defini-los.

Verbos são uma classe de palavras que variam com gênero, número e grau, ou seja, precisam estar dentro de uma concordância. Semanticamente, indicam ação, estado, posse ou fenômenos da natureza. O nosso foco, aqui, será nos verbos que indicam ações, já que notei que os maiores problemas dos autores estão nessa parte.

O que define o tempo verbal é a relação da ação e da fala. Como assim? Vamos exemplificar para ilustrar a definição: se a ação ocorreu no passado e a fala está no presente, o tempo do verbo será o passado. Por isso, o mais importante aqui, é definir qual será a relação entre a narração e os acontecimentos da sua história. Desta forma, você vai poder consolidar a coerência e a coesão do seu texto, do início ao fim.

Para isso, vou contar a vocês os três tempos verbais mais utilizados (presente, passado e futuro), a característica de cada um deles no indicativo e dicas sobre como usá-los corretamente.

Vamos começar pelos mais simples, porém um tanto quanto problemático: o presente. O tempo presente é quando a ação coincide com a fala, ou seja, você está narrando ao mesmo tempo em que a situação está acontecendo. Por isso, pode indicar também ações que acontecem no cotidiano. Normalmente, é acompanhado de palavras que indicam rotina, pois assim fica explícito que é uma ação do dia a dia. Por exemplo:

"Todo dia ela faz tudo sempre igual."

O verbo no presente também pode representar verdade consideradas incontestáveis, dogmas, leis ou estados  permanente, uma vez que independente do momento, sempre vão acontecer concomitantemente com a fala.

"A Terra gira em torno do Sol."

O grande problema do presente é o gerúndio. Quando a ação está acontecendo simultaneamente com a fala (ou até mesmo com outra ação no presente) para expressar progressão. É um processo verbal não finalizado, contínuo, não possui flexão e atua, algumas vezes, que não nos importa por agora, como nome.

"Ele está correndo por aí desde ontem."

Até ai, nada problemático, certo? O que muita gente confunde é o gerúndio com o gerundismo. A principal característica entre os dois é o fato de um ser correto gramaticalmente (gerúndio) e o outro, não (gerundismo). Mas o que é o gerundismo? É quando se usa o verbo no gerúndio em um tempo que não é o presente. Isso é erra porque, nesse caso, o autor está usando um verbo no tempo não adequado. Vamos exemplificar para ficar mais fácil de entender:

"Nós vamos estar descendo para a quadra assim que bater o sinal."

Sim, o que está no exemplo acima está errado. Veja bem, "descendo" é um verbo no presente, logo, está acontecendo agora, e na fala, foi usado em uma frase no futuro. É incoerente usar um verbo no presente para designar uma ação no futuro. A frase certa ficaria.

"Nós vamos descer para a quadra assim que bater o sinal."

O segundo tempo verbal e o mais utilizado nas narrações é o passado. O tempo passado é usado quando a fala retoma a ação. Existem três tipos de pretérito no indicativo: o perfeito, o mais-que-perfeito e o imperfeito.

O pretérito perfeito simples é utilizado para indicar uma ação que se produziu em certo momento do passado.

"Entrei pela porta estreita e esbarrei no quadro."

O pretérito perfeito composto é formado pelo verbo auxiliar no presente do indicativo e o verbo principal no particípio passado. É usado, principalmente, pera expressar um fato repetitivo ou contínuo aproximando-se do presente.

"Tenho falado com o médico antes das cirurgias, mas tenho percebido que nem sempre isso funciona."

O pretérito imperfeito, diferente do perfeito, indica uma ação que ocorreu em uma época passada, habitual ou repetitiva, além de também expressar ações que aconteceram no passado e perpetuam até o presente. Normalmente, também é acompanhado de palavras que indicam a rotina. Exemplo:

"Você fumava vários cigarros todos os dias, lia o mesmo jornal e sentava no mesmo lugar."

Além disso, o pretérito imperfeito também pode expressar consequências imediatas de fatos que não ocorreram, ou são impossíveis.

"Tivesse ele forças para trabalhar como no passado, transformava aquela pobre roça numa grande e verde plantação."

Por último, o verbo no pretérito imperfeito pode indicar também uma ação simultânea à outra do pretérito perfeito. Como na frase:

"Quando eu dançava minha música preferida, você fingiu não me ver."

Preciso contar para você que o pretérito mais-que-perfeito é o preferido na leitura. Não é nada incrível, gramaticalmente falando, quando o autor usa esse tempo verbal na narração. Acontece que, por parecer difícil e muita gente o evitar, pouco aparece no dia a dia das fanfictions. Esse pretérito não é nenhum bicho de sete cabeças para precisar fugir dele, aliás, é bem fácil o entender. O mais-que-perfeito é utilizado para expressar uma ação que aconteceu antes da ação do passado.

Suponhamos que na história, a personagem saiu de casa e, assim que ela abriu a porta, percebeu que estava chovendo. Nesse exemplo, a primeira ação (de sair de casa) vai ficar no pretérito mais-que-perfeito e, a segunda ação (de perceber a chuva) no pretérito perfeito.

"Samantha abrira a porta e foi surpreendida pela chuva breve de verão."

Pode-se usar também os dois verbos no pretérito perfeito, como "abriu a porta e foi surpreendida". Existe ainda o pretérito mais-que-perfeito composto, em que se usa o verbo auxiliar no pretérito imperfeito do indicativo e o verbo principal no particípio passado.

"Samantha tinha aberto a porta e correu, porque chovia."

E por último, porém não menos importante tempo verbal: o futuro. O tempo futuro é usado quando a fala antecipa uma ação do futuro. Existem dois tipos de futuro: o do presente e o do pretérito.

O futuro do presente é o mais encontrado nas histórias em geral. Indica fatos prováveis e posteriores à fala.

"Eles chegarão amanhã antes do café das cinco horas."

Pode indicar também uma realização provável em afirmações condicionais, ou seja, sobre algo que pode ou não acontecer.

"Se você chegar em casa antes de meia-noite, encontrará janta pronta."

Já o futuro do pretérito costuma confundir alguns autores em alguns casos. Isso acontece porque esse tempo verbal indica ações que não se realizaram e que, provavelmente, não se realizarão em afirmações condicionais.
Exemplos:

"Eu iria andar com mais calma, se você não tivesse reclama tanto."

O que muitos autores confundem é, principalmente, o "iria" com "ia". Quando a narração quiser expressar uma ação que poderia acontecer, que deveria acontecer dependendo de certa condição, usa-se o futuro do pretérito, e não o pretérito imperfeito, como muitas pessoas acham, apenas porque oralmente, essas distinções não existem. Por isso, uma dica muito importante é prestar atenção nessa situação, para evitar erros bobos.

Usar os verbos no tempo certo não é difícil caso você se baseie nessas definições básicas que contei aqui. Pode ser um pouco complicado absorver todas essas informações de uma vez, ou compreender exatamente o que cada tempo verbal quer expressar apenas com um exemplo, porém, o contato inicial é assim mesmo. Pense na estrutura da sua frase enquanto você a escreve que, com o tempo, escrever os verbos certos vai se tornar algo quase que involuntário. Pode não parecer, mas isso ajuda muito na compreensão e interpretação do leitor, além de aumentar o nível gramatical da escrita.

Bom, acho que sobre tempos verbais do indicativo, eu não tenho ais nada para contar a vocês.
Espero ter ajudado com suas dúvidas.
Isso é tudo.
Até o próximo post.
Beijos da Ana.

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